Sabores inusitados têm acendido os holofotes sobre o enxaguante bucal. Uma recente parceria entre as marcas Fini e Cimed foi responsável por um pico histórico nas pesquisas a respeito do produto. Embora muito comentado, o enxaguante bucal não é devidamente utilizado e isso é refletido em dados do Ministério da Saúde: adultos com cáries, gengivite e tártaro.

Segundo a pesquisa SB Brasil 2023, diversas faixas etárias são afetadas por problemas relacionados à saúde bucal. Contudo, em adultos entre 35 e 44 anos, apenas 5,2% parece escapar das garras da cárie. Além disso, também conhecido como cálculo dental, o tártaro está presente em mais da metade da população (54,13%), e o sangramento gengival afeta 41,53%.

Diante desse cenário, surge também um estudo da American Dental Hygienists’ Association (ADHA) nos oferecendo ainda mais informações relevantes. Só para se ter uma ideia, constataram uma redução significativa (52%) da placa bacteriana em seis meses quando o enxaguante é integrado à rotina de escovação e fio dental.

Pensando em todos os pontos citados acima, neste artigo, falamos melhor sobre o enxaguante bucal. Além de desmistificar seu uso e oferecer uma visão clara e embasada sobre sua função, explicamos os diferentes tipos disponíveis e os cuidados necessários para incorporá-lo de forma eficaz à sua rotina de higiene oral. 

Para que serve? Existem diferentes tipos?

Pense na sua rotina de higiene bucal como um trabalho em equipe. A escova tem o papel principal, removendo a maior parte da placa e dos resíduos. Em seguida, o fio dental entra em cena, alcançando os espaços entre os dentes onde a escova não chega. E, finalizando com chave de ouro, o enxaguante bucal completa a limpeza, removendo qualquer resíduo que tenha resistido às etapas anteriores.

Nas palavras do Dr. Frederico Coelho, cofundador do CROOL Centro Odontológico, “o enxaguante bucal é um ótimo coadjuvante na higienização oral. Ele não substitui a escova e o fio dental, porém auxilia na limpeza”. Basicamente, o enxaguante bucal é um complemento valioso na higienização, pois sua função principal é alcançar áreas da boca onde a limpeza mecânica (com escova de dente e fio dental) pode ser limitada, oferecendo benefícios como:

• Refrescância do hálito: Auxilia na neutralização de odores e proporciona uma sensação de limpeza.
• Ação antisséptica: Contribui para a redução da carga bacteriana na cavidade oral.
• Proteção contra a cárie: Algumas formulações contêm flúor, que fortalece o esmalte dental.
• Auxílio em condições específicas: Existem enxaguantes terapêuticos para gengivite, sensibilidade e outras necessidades.

“Recomendo a utilização dele principalmente para pessoas que têm predisposição ao desenvolvimento da doença periodontal, como acúmulo de placa bacteriana e inflamação ou infecção na gengiva. Existem vários estudos que mostram que o uso diário do enxaguante bucal, nesses casos, atrasa ou impede a formação do tártaro. Sempre lembrando que precisa estar associado à higienização com escova e fio dental” complementa o especialista.  

Tipos de enxaguante e seu uso

Diante disso, os enxaguantes bucais podem ser categorizados da seguinte forma:

• Uso diário: Estes enxaguantes são formulados para serem utilizados regularmente após a escovação e o fio dental. Seu objetivo principal é refrescar o hálito e oferecer uma ação antimicrobiana suave, ajudando a reduzir a placa bacteriana e prevenir a gengivite. Muitos contêm flúor, auxiliando na proteção contra a cárie.
• Uso esporádico (terapêutico): Estes enxaguantes contêm concentrações mais elevadas de ingredientes ativos, como clorexidina ou peróxido de hidrogênio. São geralmente recomendados por dentistas para tratar condições específicas, como gengivite, periodontite, aftas ou após procedimentos cirúrgicos. Seu uso deve ser limitado ao período indicado pelo profissional, pois o uso prolongado pode causar efeitos colaterais.

Enxaguante bucal com ou sem álcool? 

Assim como mencionado acima, existem diferentes tipos de uso, portanto, diferentes composições de enxaguante bucal. Neste contexto, o Dr. Frederico Coelho explica que “para uso diário, sempre observe que a melhor opção é aquela que não contém álcool”. 

• Com álcool: Alguns enxaguantes utilizam o álcool como veículo para os ingredientes ativos e como conservante. Embora eficazes na ação antimicrobiana, podem causar ressecamento da boca e irritação em mucosas sensíveis.
• Sem álcool: Em contrapartida, esses enxaguantes oferecem os mesmos benefícios de refrescância e ação antimicrobiana, utilizando outros veículos e conservantes. São geralmente preferíveis para pessoas com boca seca, sensibilidade, crianças e indivíduos em recuperação de alcoolismo.

Cuidados com o enxaguante bucal

Apesar de seus benefícios, o enxaguante bucal exige alguns cuidados para garantir seu uso seguro e eficaz:

• Não ingerir: Jamais engula o enxaguante bucal. Ele é formulado para bochecho e deve ser expelido após o uso. A ingestão pode causar desconforto gastrointestinal e outros problemas, dependendo da formulação.
• Uso em crianças: Enxaguantes bucais para crianças devem ser específicos para a idade, com concentrações adequadas de flúor e sem álcool. Supervisione sempre o uso para garantir que a criança não engula o produto.
• Sensibilidade e reações: Se você notar qualquer irritação, queimação ou reação alérgica após o uso do enxaguante, interrompa o uso imediatamente e consulte seu dentista.
• Não substitua a escovação e o fio dental: O enxaguante é um complemento, não um substituto para a escovação e o fio dental. A remoção mecânica da placa bacteriana com a escova e a limpeza entre os dentes com o fio dental são insubstituíveis.

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Fontes: Folha de S.Paulo e InfoMoney.