Um homem brasileiro de 35 anos com uma caixa de remédio na mão escrito "ANTIBIÓTICOS". Ele está com uma cara assustada e mostrando a cor dos dentes manchados com um tom meio cinza-azulado.

O uso incorreto de antibióticos é uma ameaça para sua saúde bucal

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Recentemente, uma pesquisa publicada no Journal of Infectious Diseases levantou um alerta sobre uma prática comum no Brasil: a automedicação e o uso excessivo de antibióticos, especialmente em crianças. O estudo, que acompanhou mais de 700 mil crianças, revelou dados preocupantes. Em suma, aquelas que receberam antibióticos frequentemente nos dois primeiros anos de vida tiveram um risco 24% maior de desenvolver asma e 33% maior de alergia alimentar. Para as que receberam cinco ou mais ciclos, o risco subiu para 52% e 53%, respectivamente. O dado mais assustador, no entanto, foi o risco de déficit intelectual, 73% maior nesse grupo. Mas, afinal, qual a relação entre antibióticos e saúde bucal?

Pois bem, essa realidade é um reflexo de uma “cultura da cura imediata”. Nela, a busca por soluções rápidas para qualquer sintoma febril leva ao uso de medicamentos sem a devida orientação médica. Contudo, essa prática não apenas prejudica o organismo de forma geral, mas também tem um impacto direto e profundo na saúde bucal, muitas vezes negligenciado. Para o Dr. Frederico Coelho, fundador do CROOL Centro Odontológico, Mestre e Doutor em Implantodontia, “a automedicação é um erro grave que pode ter consequências a longo prazo, e a saúde bucal é um reflexo imediato disso. O uso irresponsável de antibióticos não só mascara sintomas, mas também pode desequilibrar todo o ecossistema da boca.”

A resistência antimicrobiana e seu papel na odontologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a resistência antimicrobiana como uma “crise silenciosa”. Esse fenômeno acontece quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se tornam resistentes aos medicamentos que antes os tratavam, tornando infecções simples em problemas que podem ser fatais. Um relatório do periódico científico Lancet de 2022 estima que essa resistência esteja ligada a mais de 4,95 milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, a situação é alarmante, com estimativas de 48 mil mortes anuais por infecções resistentes, podendo chegar a 1,2 milhão de óbitos até 2050, caso não haja uma ação coordenada, segundo dados da Anvisa e do Ministério da Saúde. O relatório O’Neill, de 2016, projetou que a resistência antimicrobiana poderia matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050, um número superior às mortes por câncer.

Diante desse cenário, a odontologia emerge como uma parte crucial da solução. De acordo com o Dr. Frederico, “a odontologia é uma das áreas da saúde que mais prescreve antibióticos. Estudos sugerem que cerca de 10% das prescrições globais vêm de consultórios odontológicos. Por isso, temos um papel fundamental na conscientização e no uso racional desses medicamentos.” Segundo um artigo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, muitas infecções odontogênicas, como cáries ou problemas gengivais, podem ser tratadas com procedimentos mecânicos e não necessitam de antibióticos. Portanto, o uso desses medicamentos deve ser reservado para casos específicos, como infecções agudas com manifestações sistêmicas (febre, mal-estar) ou para profilaxia em pacientes de risco.

Antibióticos e saúde bucal: Conheça os efeitos colaterais

Além do risco global da resistência antimicrobiana, o uso indiscriminado de antibióticos pode ter efeitos colaterais diretos na sua boca.

O escurecimento dos dentes pela mancha de tetraciclina

Um dos efeitos mais conhecidos, embora menos comuns hoje, é o escurecimento dos dentes causado por antibióticos da classe da tetraciclina. Quando administrada durante a fase de desenvolvimento dos dentes (na gestação e na infância, até os 8 anos de idade), essa substância se incorpora à estrutura dental, resultando em manchas permanentes que variam do amarelo-amarronzado ao cinza-azulado. Essas manchas são difíceis de remover com clareamento convencional, sendo frequentemente necessário recorrer a tratamentos mais complexos, como facetas ou lentes de contato dentais.

A alteração da microbiota bucal se torna um caminho para as cáries

A boca é um ecossistema complexo, com bilhões de bactérias benéficas que vivem em equilíbrio. O uso de antibióticos, principalmente os de amplo espectro, não diferencia bactérias “boas” das “ruins”. Ele mata indiscriminadamente, desequilibrando a microbiota bucal. Esse desequilíbrio pode levar à proliferação de fungos, como a Candida albicans, resultando em candidíase oral (conhecida como “sapinho”), e de bactérias causadoras de cáries. “Quando a flora bucal é alterada, o ambiente se torna mais ácido e propício para o desenvolvimento de doenças. É como desarmar a defesa natural da boca”, explica Dr. Frederico.

Estratégias para prevenir a resistência antimicrobiana na odontologia

O combate à resistência antimicrobiana exige uma abordagem multifacetada, e o dentista tem um papel central nisso.

Diagnóstico preciso e uso racional de antibióticos

A primeira linha de defesa é um diagnóstico preciso. Assim como mencionamos acima, nem toda infecção na boca exige antibiótico. Dessa forma, em muitos casos, o tratamento odontológico, como a drenagem de um abscesso, um tratamento de canal ou a remoção do tecido infectado, é suficiente para resolver o problema. “Antes de prescrever, avaliamos se o paciente tem febre ou inchaço significativo. Se a infecção está localizada, o tratamento mecânico é a melhor opção, pois evita a exposição desnecessária aos antibióticos”, afirma o especialista.

Profilaxia odontológica pré-cirúrgica

Uma área onde o uso de antibióticos é crucial, mas que exige grande cuidado, é na profilaxia pré-cirúrgica. Pacientes com doenças sistêmicas (como endocardite bacteriana, doenças cardíacas congênitas ou próteses articulares) precisam de doses profiláticas para evitar infecções no sítio cirúrgico. No entanto, é fundamental que o dentista avalie a real necessidade, considerando o histórico do paciente. Uma pesquisa realizada na Universidade College London, por exemplo, demonstrou que a cirurgia para sinusite crônica pode ser mais eficaz do que o uso prolongado de antibióticos, reforçando a ideia de que tratamentos alternativos são viáveis e muitas vezes mais indicados.

Ainda sobre profilaxia, o Dr. Frederico Coelho ressalta a importância de uma boa saúde bucal antes de qualquer procedimento cirúrgico. “Um paciente com dentes sadios, gengivas saudáveis e uma boca limpa tem um risco muito menor de infecções pós-operatórias, sejam elas odontológicas ou de qualquer outra natureza. No CROOL, orientamos todos os pacientes a realizar uma profilaxia odontológica completa antes de cirurgias programadas.”

Como você pode ajudar a combater a resistência antimicrobiana?

A batalha contra a resistência antimicrobiana não é exclusiva dos profissionais de saúde. Na verdade, você, como paciente, tem um papel vital.

  1. Nunca se automedique: Não use antibióticos por conta própria ou por indicação de amigos e familiares. O que funcionou para uma pessoa pode não ser o ideal para você e ainda contribuir para o problema global.
  2. Siga a orientação médica: Use o antibiótico exatamente como prescrito, na dose e no tempo indicados. Não interrompa o tratamento, mesmo que se sinta melhor, pois isso pode permitir que as bactérias mais resistentes sobrevivam.
  3. Não use sobras: Nunca guarde antibióticos para “usar depois”. A dose e o tipo de medicamento são específicos para cada infecção.
  4. Converse com seu dentista: Se tiver dúvidas sobre a necessidade de antibióticos para um tratamento, questione. Um profissional qualificado irá explicar a razão da prescrição e as alternativas.

A solução está na prevenção e no cuidado multidisciplinar

No CROOL Centro Odontológico, reconhecemos a complexidade da relação entre saúde geral e saúde bucal. A automedicação com antibióticos é um exemplo perfeito de como a falta de informação e o uso incorreto de medicamentos podem causar danos que vão muito além do esperado. Para o Dr. Frederico Coelho, a filosofia do CROOL é clara: “Trabalhamos com a prevenção em primeiro lugar. O melhor tratamento é aquele que evita o problema. É por isso que nossas consultas de rotina, com avaliação completa e profilaxia, são tão importantes. Elas nos permitem identificar e tratar infecções em estágios iniciais, muitas vezes sem a necessidade de antibióticos.”

Além disso, com a expertise de nossa equipe multidisciplinar e a tecnologia de ponta, estamos preparados para os tratamentos mais complexos, desde os procedimentos de Implantodontia até a cirurgia bucomaxilofacial, que necessitem de uma abordagem precisa e segura, minimizando o uso de antibióticos. E em situações de urgência, nosso serviço de emergência odontológica está pronto para atender com agilidade e a máxima qualidade. Tratamento odontológico? CROOL, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.

Fontes: O Globo, UOL, International Journal of Environmental Research and Public Health, G1 e Correio Braziliense.

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