Um homem depressivo com 55 anos no banheiro olhando para a escova de dentes. Imagem ilustrando um artigo sobre a relação entre transtornos mentais e saúde bucal.

Mente aflita, sorriso em risco? A conexão entre transtornos mentais e saúde bucal

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Saúde mental é um tema que tem ganhado a atenção que merece. Recentemente, a segunda comissão da renomada revista científica Lancet, dedicada à saúde e bem-estar da nova geração, revelou uma projeção alarmante. De acordo com a pesquisa, 42 milhões de adolescentes podem enfrentar questões de depressão, ansiedade ou outros transtornos mentais até 2030. Em outras palavras, esses dados nos lembram da urgência em olhar para o bem-estar mental com o mesmo comprometimento que olhamos para a saúde física e, no nosso caso, saúde bucal.

Dito isso, você já parou para pensar que a mente e a boca estão muito mais conectadas do que imaginamos? Ao passo que as turbulências emocionais e os transtornos mentais podem deixar marcas visíveis e dolorosas na sua qualidade de vida, não é diferente com sua saúde bucal. Dessa forma, o mal-estar psicológico acaba afetando desde a sua rotina de higiene até a integridade dos seus dentes e gengivas. Vamos falar um pouco mais sobre essa relação complexa e fundamental, mostrando como a boca pode ser um espelho da sua saúde mental.

Mente sã, corpo são… e a boca?

Antes de tudo, a ideia de que a mente e o corpo são entidades separadas está cada vez mais distante da realidade científica. Só para ilustrar, sabemos que o estresse pode causar dores de cabeça, que a ansiedade afeta o estômago, e que a depressão pode impactar o sistema imunológico. Pois bem, o mesmo acontece com a sua boca.

Como os transtornos mentais afetam a saúde bucal

A boca é um ambiente complexo e sensível. Quando estamos sob estresse ou enfrentando um transtorno mental, diversas respostas fisiológicas ativam-se no corpo. A produção de hormônios como o cortisol aumenta, alterando o sistema nervoso autônomo e, consequentemente, comprometendo mecanismos de defesa e rotinas de autocuidado. Essa cascata de eventos tem reflexos diretos na sua cavidade oral.

Dessa forma, os transtornos mentais podem influenciar a saúde bucal de várias maneiras, seja de modo direto (por alterações fisiológicas) ou indireto (por mudanças de comportamento).

Depressão, ansiedade e seu impacto na higiene e saliva

Depressão: A perda de energia, apatia e falta de motivação, sintomas comuns da depressão, frequentemente levam à negligência da higiene bucal. Diante disso, escovar os dentes e usar fio dental pode se tornar uma tarefa monumental. O resultado? Acúmulo de placa, gengivite, cáries e até mesmo mau hálito.

Ansiedade: Já a ansiedade pode se manifestar na boca de diferentes maneiras. Primeiramente, um sintoma comum é a boca seca (xerostomia). Além disso, a ansiedade pode diminuir a produção de saliva, que é vital para neutralizar ácidos, lavar resíduos de alimentos e remineralizar o esmalte dos dentes. Assim como já falamos por aqui, a boca seca aumenta drasticamente o risco de cáries e doenças gengivais.

Bruxismo e o ranger da mente preocupada

Por sua vez, o bruxismo, hábito de apertar ou ranger os dentes, é uma manifestação clássica do estresse e da ansiedade. Embora seja mais comum durante o sono, pode acontecer diante de outros momentos de inquietação. A tensão emocional se reflete na musculatura da face e da mandíbula. O resultado?

  • Desgaste excessivo do esmalte dental.
  • Fraturas e trincas nos dentes.
  • Dores de cabeça e faciais.
  • Problemas na articulação temporomandibular (ATM), que podem causar estalos e limitação de movimento.

Distúrbios alimentares e as marcas visíveis na boca

Assim como os transtornos mencionados acima, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia nervosa têm impactos devastadores na saúde bucal.

  • Erosão dental: Na bulimia, o vômito frequente expõe os dentes ao ácido estomacal, que corrói o esmalte, especialmente na parte interna dos dentes anteriores.
  • Cáries: A desnutrição e a deficiência de vitaminas e minerais enfraquecem o esmalte e a capacidade de defesa da boca.
  • Irritação de tecidos moles: Gengivas inflamadas, inchaço das glândulas salivares e feridas na boca são comuns.

Medicamentos psiquiátricos e efeitos colaterais na boca

Por aqui já falamos do Venvanse. Assim como ele, muitos medicamentos usados no tratamento de transtornos mentais, como antidepressivos e ansiolíticos, podem ter a boca seca como efeito colateral. A diminuição da saliva, como já mencionamos, é um fator de risco significativo para cáries e outras condições bucais. Portanto, é essencial que pacientes e profissionais de saúde estejam cientes disso para adotar estratégias preventivas.

A importância da abordagem multidisciplinar

Reconhecer a relação entre transtornos mentais e saúde bucal é o primeiro passo para um cuidado mais completo e eficaz.

Sinais de alerta para ficar atento

Fique atento a mudanças em sua boca que podem ser um sinal de que algo não vai bem com sua saúde mental:

  • Aumento repentino de cáries.
  • Sensibilidade dental exacerbada.
  • Gengivas sangrando ou inflamadas sem motivo aparente.
  • Dor na mandíbula ou cabeça frequente.
  • Sensação de boca seca persistente.
  • Dificuldade em manter a rotina de higiene bucal.

Odontologia com escuta generosa

Um dentista atento não olha apenas para os dentes, mas para o paciente como um todo. A boca pode ser um indicador precoce de questões sistêmicas e emocionais.

No CROOL Centro Odontológico, reconhecemos a complexidade da relação entre mente e boca. Nossos profissionais são treinados para uma “escuta generosa” e para identificar manifestações bucais que podem sinalizar transtornos mentais, encaminhando o paciente para uma abordagem multidisciplinar, quando necessário. Entendemos que um sorriso saudável reflete um bem-estar integral.

Em outras palavras, contamos com uma equipe preparada para dialogar, identificar sinais e colaborar com outros profissionais de saúde (psicólogos, psiquiatras, nutricionistas) para garantir que você receba o suporte completo que precisa. Cuidado odontológico? CROOL, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.

Fontes: Folha de S. Paulo, Organização Pan-Americana da Saúde, Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.

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