Uma senhora brasileira de 65 anos, cabelos curtos, com a mão segurando a mandíbula porque está com dor de dente. Na imagem vemos um raio-x do coração dela por baixo da camiseta.

Dor de dente pode ser um sinal de alerta para infarto?

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Quando você pensa em sintomas de infarto, o que você imagina? Alguém sentindo uma forte dor no peito ou no braço esquerdo e, de repente, caindo? Então, esses são os sintomas clássicos de um ataque cardíaco, mas há outros. E se eu te disser que há pessoas que sentem uma terrível dor de dente ou nos ossos da face? Sim, isso existe e é exatamente o tópico sobre o qual vamos falar.

Assim como já apresentamos por aqui algumas vezes, a saúde bucal não fica só na boca, ela afeta o corpo todo. Pois bem, essa discussão voltou a chamar atenção. Recentemente, em um episódio do “CNN Sinais Vitais”, o renomado cardiologista Dr. Roberto Kalil levantou a relação entre saúde bucal e saúde do coração. Conversa vai, conversa vem e um tópico pouco conhecido veio à tona: a dor de dente pode, de fato, ser um sintoma atípico de um infarto.

Sim, você leu certo. A dor de dente, que é uma das queixas de saúde mais comuns no Brasil, afetando cerca de 40% da população brasileira, segundo o Ministério da Saúde, pode ser um sinal de alerta para algo muito mais grave. E o mais intrigante é que a dor orofacial é relatada por cerca de 4 em cada 10 pacientes durante a isquemia miocárdica (o nome técnico para a falta de sangue no coração). Mas, afinal, por que isso acontece?

A dor referida: quando o corpo nos engana

Antes de tudo, o corpo humano é uma rede complexa de nervos e vasos sanguíneos interligados. Diante disso, a dor de dente que sentimos é transmitida por nervos específicos. Contudo, quando um órgão como o coração está em sofrimento, a dor pode ser “referida” para outras partes do corpo. Isso acontece porque o cérebro, em alguns casos, não consegue distinguir de onde a dor está vindo e a projeta para áreas próximas que compartilham as mesmas vias nervosas.

Em outras palavras, é como um GPS com um pequeno erro de calibração. Sendo assim, a dor do coração, em vez de ser sinalizada para o peito, é enviada para a mandíbula, dentes ou pescoço. De acordo com o Dr. Frederico Coelho, Mestre e Doutor em Implantodontia e fundador do CROOL Centro Odontológico, essa é uma das principais razões para o sintoma atípico: “A dor do infarto pode ser irradiada para o maxilar e para os dentes, principalmente em pessoas que não apresentam os sintomas clássicos. Esse é um fenômeno conhecido como dor referida, e pode gerar muita confusão, tanto para o paciente quanto para o profissional de saúde”.

Essa confusão é especialmente perigosa em alguns grupos. Pesquisas mostram que, embora homens e mulheres possam experienciar esse sintoma, mulheres são mais propensas a sentir dor na mandíbula ou nos dentes como um sinal de ataque cardíaco. Essa diferença nos sintomas é um dos motivos pelos quais o diagnóstico de infarto em mulheres pode ser mais difícil e tardio.

Então, como diferenciar a dor?

A grande questão que fica é: como saber se a dor de dente é apenas uma cárie ou um sinal de algo mais grave? A resposta não é simples, mas existem algumas pistas importantes.

Sintomas clássicos de um problema bucal: A maioria das dores de dente está relacionada a problemas locais e conhecidos. Pode ser uma cárie profunda, um abscesso (uma infecção que se forma na raiz do dente), um trauma (como uma pancada na boca), ou até uma pericoronarite (inflamação da gengiva ao redor de um dente do siso). Nesses casos, a dor geralmente é aguda, pulsante e localizada. Ela tende a piorar com o consumo de alimentos quentes ou frios e, em muitos casos, a pessoa consegue identificar qual dente está causando o problema.

Sintomas atípicos de um problema no coração: A dor de dente relacionada a um ataque cardíaco tem características diferentes. Ela não costuma ser localizada em um único dente, mas sim em uma área mais ampla da mandíbula ou da face. Além disso, ela é frequentemente acompanhada de outros sintomas que servem como “sinais de fumaça” do problema, como:

  • Dor no peito: Uma sensação de pressão, aperto, queimação ou peso.
  • Dor em outras partes do corpo: A dor pode se espalhar para o braço, ombro, pescoço, costas e, claro, a mandíbula e os dentes.
  • Falta de ar: Dificuldade para respirar.
  • Náusea e vômito.
  • Suor frio.
  • Tontura.

É a combinação desses fatores que deve acender o sinal de alerta. Uma dor de dente inexplicável, que não melhora com remédios convencionais e que vem acompanhada de outros sintomas do coração, é motivo para procurar ajuda médica imediatamente.

Além da dor: A conexão entre a boca e o coração

A relação entre a saúde bucal e a saúde do coração vai muito além da dor referida. Pesquisas científicas têm demonstrado uma ligação direta e complexa entre problemas periodontais (doenças da gengiva) e doenças cardiovasculares.

O Dr. Frederico explica essa conexão: “A principal teoria é que a inflamação crônica causada por bactérias na boca não se restringe à gengiva. Essas bactérias podem entrar na corrente sanguínea, viajar por todo o corpo e se alojar em outras partes, inclusive no coração e nas artérias. Essa presença de bactérias e a resposta inflamatória do corpo podem contribuir para o endurecimento das artérias (aterosclerose), aumentando o risco de infarto e AVC”.

Essa relação é tão significativa que um estudo apresentado na American Stroke Association’s International Stroke Conference 2025 revelou que uma boa higiene bucal, incluindo a escovação regular e o uso do fio dental, está associada a um menor risco de AVC e problemas no coração. Ou seja, o simples ato de usar o fio dental diariamente pode ter um impacto enorme na saúde do seu coração.

É por isso que, para o Dr. Frederico Coelho, a odontologia e a cardiologia precisam caminhar juntas: “Cuidar da saúde bucal não é apenas sobre ter um sorriso bonito, mas sim sobre prevenir doenças sistêmicas. O check-up odontológico regular é tão importante quanto o médico. É uma forma de prevenção e diagnóstico precoce que pode salvar vidas”.

A prevenção como sua maior aliada

Diante de tudo isso, a mensagem é clara e simples: a prevenção é a melhor forma de evitar surpresas desagradáveis. Manter uma rotina de higiene bucal rigorosa, com escovação após as refeições, uso de fio dental e enxaguante bucal, é fundamental, mas visitas regulares ao dentista também. Portanto, a cada seis meses faça um check-up odontológico para identificar e tratar problemas antes que se tornem mais graves. Um dentista pode diagnosticar cáries, doenças gengivais e outros problemas que, se não tratados, podem abrir a porta para a inflamação sistêmica.

O CROOL Centro Odontológico é um local ideal para essa avaliação completa. Com uma equipe especializada, o centro oferece um diagnóstico preciso e tratamentos preventivos que podem ajudar a proteger não apenas o seu sorriso, mas a sua saúde como um todo.

Lembre-se: uma dor de dente persistente, especialmente se vier acompanhada de outros sintomas, não deve ser ignorada. Se você tiver dúvidas, consulte um médico imediatamente. O conhecimento é a chave para a prevenção, e entender os sinais do seu corpo pode fazer toda a diferença. Cuidado odontológico? CROOL, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.

Fontes: CNN, Journal of Oral Facial Pain and Headache, Heart Foundation Australia e  American Heart Association.

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