Pessoa com a boca aberta mostrando uma restauração de amálgama nos dentes molares.

O fim da restauração prateada: O que muda com a notícia do amálgama?

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A restauração de amálgama, popularmente conhecida como a obturação “prateada” ou “de metal”, foi, por décadas, a estrela incontestável na luta contra as cáries. Resistente, durável e acessível, ela era a maioral. No entanto, com o passar dos anos, os dentistas passaram a aderir materiais diferentes e, agora, a restauração prateada parece ter chegado ao fim.

Imagine a Maria. Há 15 anos, ela fez uma dessas restaurações no molar, resultado de uma cárie insistente na adolescência. De lá para cá, a ‘prateada’ seguiu firme, companheira silenciosa das mastigações. De repente, Maria lê a notícia: “Brasil vai parar de usar restaurações prateadas de amálgama nos dentes por impacto ambiental”. O anúncio do Ministério da Saúde sobre o fim gradual do uso desse material até 2030 soa como um alarme. A primeira dúvida que salta à mente da Maria — e de muita gente que tem o amálgama na boca — é: “E agora? Preciso trocar a minha restauração?”

Calma! A resposta curta, direta e tranquilizadora, segundo os especialistas, é: não. O motivo da transição é ambiental, focado no descarte incorreto do mercúrio presente no amálgama, e não uma emergência de saúde para quem já possui a restauração. Então, a sua, se estiver em boas condições, não é uma bomba-relógio.

Mas essa notícia serve como um ótimo gancho para entendermos mais sobre as restaurações dentárias. Vamos desmistificar o que é, como funciona, por que o amálgama está se aposentando e, o mais importante, como você pode se prevenir para nunca precisar de uma.

A jornada da restauração: Do buraco à reconstrução

Se você pensa em restauração dentária como um mero ‘tapa-buraco’, prepare-se para uma correção de rota. Ela é, na verdade, um procedimento de alta complexidade que visa devolver a forma, a função e a estética de um dente que foi danificado, mais frequentemente pela cárie, mas também por traumas ou fraturas.

Para que serve, afinal?

A principal missão da restauração é impedir a progressão da cárie e reconstruir a estrutura perdida, selando o dente. Pense na cárie como um processo de desmineralização que cria uma cavidade. Se não for tratada, essa erosão avança, atinge a polpa (onde ficam os nervos e vasos sanguíneos) e pode levar a dores terríveis, infecções e, no pior cenário, à perda do dente.

A restauração interrompe esse ciclo de destruição. O dentista remove o tecido cariado, limpa a área e preenche a cavidade com um material especial, restabelecendo a anatomia do dente para que ele possa mastigar corretamente e proteger as estruturas internas.

Os materiais utilizados em restaurações dentárias

A odontologia não é estática, ela evolui com novas técnicas e tecnologias. Os materiais de restauração hoje disponíveis são a prova disso:

  • Amálgama: Liga metálica (prata, estanho, cobre e mercúrio). Resistente e durável. Foi o padrão-ouro por sua longevidade e custo, mas perde em estética e está sendo aposentado por questões ambientais ligadas ao descarte do mercúrio.
  • Resinas compostas: O novo protagonista. Feitas de polímeros e partículas de vidro ou cerâmica, são fotopolimerizáveis (endurecem com luz especial) e, o grande trunfo, possuem a cor do dente. Estéticas, conservadoras (exigem menos remoção de estrutura sadia) e hoje com durabilidade que compete com o amálgama, dependendo da aplicação.
  • Ionômero de vidro: Usado principalmente em dentes de leite, em pequenas restaurações ou como base/cimento. Tem a vantagem de liberar flúor, auxiliando na prevenção de novas cáries ao redor.
  • Porcelana/cerâmica: Usada para restaurações maiores (Inlays, Onlays, ou Coroas), são confeccionadas em laboratório. Oferecem máxima estética, resistência e durabilidade.

Para o Dr. Frederico Coelho, fundador do Crool Centro Odontológico, Mestre e Doutor em Implantodontia, essa transição é um sinal de maturidade na profissão:

“A decisão de eliminar gradualmente o amálgama pelo Ministério da Saúde, acompanhando a evolução global, é positiva. Hoje, o padrão-ouro em termos de materiais restauradores é a resina composta, por sua excelente estética e por ser mais conservadora, permitindo que o dentista preserve o máximo possível da estrutura dental sadia. O amálgama cumpriu seu papel, mas temos alternativas mais seguras para o meio ambiente e mais alinhadas com o que o paciente busca hoje: naturalidade no sorriso.”

 

Durabilidade: Não é para sempre (mas pode durar muito)

O que determina a longevidade? A qualidade do material, a habilidade técnica do dentista, a localização da restauração no dente (se sofre muita pressão de mastigação) e, principalmente, a sua higiene bucal. Se você pesquisar em alguns lugares, a resposta sobre a durabilidade da restauração vai ser direta:

  • Amálgama: Famoso por durar de 10 a 15 anos, e, em muitos casos, até mais.
  • Resina composta: Varia de 5 a 10 anos, podendo durar mais com boa higiene e manutenção regular.

Contudo, a durabilidade de uma restauração, apesar de não ser eterna, pode ser definitiva. Acontece que, quanto mais você usa, mais ela se desgasta, então a manutenção é crucial.

Para o Dr. Frederico: “Se você fizer uma restauração bem feita, tanto de resina quanto de porcelana, e se a higienização do paciente for boa, essa restauração não tem motivo para ser trocada. Só precisamos trocar uma restauração se, por algum motivo, o paciente não conseguir manter uma boa higienização e acabar desenvolvendo cárie, afinal, a interface entre o dente e a restauração é uma parte mais vulnerável para o início dessa cárie. Mas, assim como mencionei antes, uma boa condição bucal, manutenção do pH da boca, um bom fluxo salivar e higiene ideal podem prolongar a durabilidade da restauração de forma indefinida”.

Sinais de que você talvez precise de uma restauração

Às vezes, a cárie é silenciosa e só é descoberta pelo raio-X ou pelo olhar treinado do dentista. Mas, em outros momentos, seu corpo manda um sinal indicando que algo não está certo:

  • Dor ou sensibilidade ao mastigar: Sentir um ‘choque’ ou dor pontual ao morder, especialmente alimentos duros, pode indicar uma fratura, uma restauração desgastada ou uma cárie profunda.
  • Sensibilidade ao frio, calor ou doces: Uma sensibilidade exagerada e persistente pode ser um sinal de que a camada protetora do dente (o esmalte) foi comprometida, deixando a dentina exposta, geralmente por conta de uma cárie ou um desgaste.
  • Manchas escuras ou ‘buracos’ visíveis: O sinal mais óbvio. Uma mancha escura que não sai com a escovação ou uma cavidade que você sente com a língua ou o fio dental.
  • Restauração antiga quebrada ou infiltrada: Se você sente um pedaço faltando, ou se há uma linha escura ao redor de uma obturação antiga (o que indica infiltração de cárie), é hora de visitar o dentista.

“A infiltração na borda da restauração é um dos grandes vilões. Com o tempo, o material pode se desgastar ou encolher, abrindo microespaços que a cárie adora para se esconder e avançar”, explica Dr. Frederico. “É por isso que a avaliação periódica e a profilaxia são a melhor forma para detectar o problema ainda no ‘nível um’.”

 

A prevenção é melhor que uma restauração

A odontologia ideal sempre busca ser minimamente invasiva. Em outas palavras, fazer o mínimo de intervenção possível. Então, a melhor restauração é a que você não precisa fazer.

Pensando nisso, para se prevenir é bem simples:

  1. Escovação três vezes ao dia (com pasta com flúor): Use uma escova macia e realize movimentos circulares suaves, sem esfregar com força, o que pode causar retração da gengiva. O flúor na pasta é essencial para remineralizar o esmalte.
  2. Fio dental diário: A escova não alcança 40% das superfícies dentárias, especialmente entre os dentes. O fio dental é o único capaz de remover a placa bacteriana dessas áreas críticas. Sem ele, a cárie é uma questão de tempo.
  3. Dieta inteligente: Reduza a frequência de consumo de açúcares e carboidratos refinados. Não é apenas a quantidade, mas o tempo que o açúcar fica na boca que é perigoso, pois alimenta as bactérias que produzem ácidos e causam a cárie.
  4. Visitas regulares ao dentista: Pelo menos duas vezes por ano. É durante a profilaxia e o exame clínico que o dentista, com seu olhar treinado, detecta cáries iniciais, infiltrações e outros problemas antes que eles virem um estrago maior.

O Dr. Frederico Coelho reforça: “Ninguém precisa de uma restauração grande e complexa se a prevenção for levada a sério. A profilaxia no Crool não é apenas uma limpeza, é um momento de diagnóstico. É ali que verificamos se aquela restauração antiga está perfeita, se a resina precisa de um polimento ou, mais importante, se está surgindo um pontinho de cárie que podemos tratar com uma restauração mínima.”

 

Restauração dentária é no Crool, é lógico

A notícia de que o Brasil aposentará o amálgama é um avanço ambiental e tecnológico. Mas para você que tem a prateada na boca, o consenso é claro e direto:

  • Não há risco à saúde: A preocupação com o mercúrio é no descarte (ambiental), não na estabilidade da restauração já feita. O material no seu dente está estável e não libera vapores prejudiciais.
  • Troca só se necessário: A remoção preventiva do amálgama, sem necessidade clínica (cárie, fratura, infiltração), pode, ironicamente, desgastar estrutura sadia do dente e, portanto, é desaconselhada.
  • Quando trocar? Troque apenas se houver:
    1. Cárie ou infiltração por baixo da obturação.
    2. Fratura da restauração ou do dente.
    3. Razão estética (sim, é um motivo válido, especialmente em dentes visíveis).

Se sua restauração antiga estiver firme e forte, siga o protocolo de prevenção e mantenha as visitas ao dentista.

A odontologia do futuro, como a praticada no Crool Centro Odontológico, foca em materiais estéticos e procedimentos que preservam ao máximo sua estrutura dental, garantindo um sorriso saudável e alinhado com a saúde do planeta.

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Fonte: Folha de S.Paulo

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