Gravidez sem gengivite: 3 passos essenciais para cuidar do sorriso

A gravidez é um período de transformações incríveis, afinal, vemos um corpo se adaptando e se preparando para a chegada de uma nova vida. Contudo, antes da chegada do bebê, existem cuidados a serem tomados. Nesse contexto, é importante se precaver para uma gravidez sem gengivite. Sim, sabemos que esse tópico não é tão discutido, mas é bastante recorrente. Pensando nisso, vamos nos aprofundar na gengivite gravídica ou gengivite gestacional.

A conexão entre a saúde bucal da mãe e o desenvolvimento saudável do bebê é um tema que tem ganhado cada vez mais espaço. Visto que a boca é a porta de entrada para o nosso corpo, se há algo de errado ali, pode afetar o nosso organismo por inteiro. Pois bem, na gravidez essa preocupação é ainda mais latente. Para o Dr. Frederico Coelho, fundador do CROOL Centro Odontológico, Mestre e Doutor em Implantodontia, “a saúde bucal durante a gestação não é apenas uma questão estética, mas uma parte fundamental da saúde geral da pessoa gestante e do desenvolvimento do feto. O que acontece na boca pode ter um impacto sistêmico, e isso é especialmente relevante nesse período”.

A boa notícia é que, com informação e cuidado, é possível garantir que a jornada da gestação seja o mais tranquila e saudável possível.

A gengivite gestacional é um desafio, mas é superável

Você já deve ter ouvido falar que a gravidez causa inchaço nos pés, nas mãos e até no rosto, certo? Pois é, a gengiva também pode entrar nessa lista. Estudos científicos demonstram que o aumento da prevalência e da gravidade da inflamação gengival durante a gravidez é uma realidade. De acordo com pesquisas, essa inflamação pode afetar entre 30% e 100% das gestantes em diferentes partes do mundo. A variação é grande, mas a conclusão é clara: a gengivite é um problema comum na gestação.

Um estudo de 2000, por exemplo, acompanhou 47 mulheres grávidas e descobriu que, mesmo com os níveis de placa dentária inalterados, o índice gengival (que mede o grau de inflamação) aumentou significativamente, atingindo o pico no terceiro trimestre. Três meses após o parto, a inflamação regrediu. Isso demonstra que as alterações hormonais da gravidez – especificamente a flutuação nos níveis de estrogênio e progesterona – podem tornar a gengiva mais suscetível à inflamação, mesmo sem um grande acúmulo de placa.

Outra pesquisa, com 200 gestantes na Jordânia, confirmou que as mulheres grávidas tinham uma profundidade maior nas bolsas periodontais e mais inflamação na gengiva, com um aumento paralelo ao avanço da gestação, atingindo o pico no oitavo mês. Para o Dr. Frederico, “essa suscetibilidade aumentada não significa que a higiene bucal pode ser negligenciada. Pelo contrário, ela se torna ainda mais crucial. Felizmente, com uma rotina de higiene adequada podemos neutralizar parcialmente esses efeitos hormonais, prevenindo ou minimizando a gengivite gestacional”.

É importante entender que essa inflamação se caracteriza por gengivas mais inchadas, vermelhas e que sangram com facilidade durante a escovação ou uso do fio dental. Mas, calma, não precisa se alarmar. O segredo para vencer esse desafio está na prevenção e no acompanhamento profissional.

Mitos e medos: por que a visita ao dentista é crucial?

Você já ouviu a expressão “cada filho custa um dente”? Então, ela é baseada na crença de que os dentes da mãe ficam mais fracos e perdem cálcio para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê. Apesar de compreensível, é uma ideia cientificamente incorreta.

A realidade é que o cálcio dos dentes está em uma forma cristalina, não disponível para a circulação sanguínea. O cálcio que o feto precisa vem da dieta da mãe. Porém, se a ingestão de cálcio é insuficiente, o corpo da mãe retira o mineral dos seus próprios ossos, e não dos dentes. Para o Dr. Frederico, “é fundamental desmistificar essa ideia. O medo de que a gravidez ‘enfraqueça’ os dentes é um dos principais motivos que levam as gestantes a adiarem o tratamento odontológico, o que pode agravar problemas existentes e levar ao surgimento de cáries ou doenças gengivais”.

O verdadeiro risco de cáries na gestação não é a “perda” de cálcio, mas sim a combinação de fatores como enjoos matinais (que podem levar a um aumento da acidez na boca), maior consumo de carboidratos e doces para controlar a náusea, e a própria negligência com a higiene bucal devido ao desconforto ou à falta de informação.

É por isso que o acompanhamento odontológico deve ser uma prioridade. O segundo trimestre da gravidez é considerado o período mais seguro para a maioria dos tratamentos. Procedimentos como restaurações, limpezas, tratamentos de canal e exodontias (extrações) não complicadas podem ser realizados com segurança. Já os casos de urgência devem ser atendidos em qualquer período da gestação, pois o risco da infecção é muito maior do que o do tratamento.

3 passos essenciais para uma gravidez sem gengivite

Agora que você já entendeu a importância do cuidado bucal, vamos aos 3 passos práticos para garantir que seu sorriso e o do seu bebê estejam protegidos durante essa fase tão especial.

Passo 1: Aposte na rotina ideal de higiene bucal

Pode parecer óbvio, mas uma higiene bucal impecável é a base de tudo. Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia, usando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. O uso do fio dental é inegociável, pois ele remove a placa bacteriana entre os dentes, onde a escova não alcança. Se o enjoo for um problema, procure escovas de cabeça menor e tente não escovar muito o fundo da língua, para evitar o reflexo de vômito. Manter a boca limpa, mesmo com a influência hormonal, é o melhor caminho para evitar a inflamação da gengiva.

Passo 2: Visitas regulares ao dentista

Não adie! O acompanhamento odontológico é tão importante quanto o pré-natal. Agendar uma consulta no segundo trimestre da gestação para uma avaliação completa, limpeza profissional e orientações personalizadas é a melhor forma de prevenção. Segundo o Dr. Frederico Coelho, “o alinhamento entre o acompanhamento ginecológico e o odontológico é a chave para uma gravidez tranquila e saudável. Em muitos casos, o dentista pode identificar problemas que o ginecologista não veria, e vice-versa”.

Passo 3: Fique de olho nos sintomas

Se sua gengiva estiver inchada, vermelha ou sangrando, não ignore. Esses são sinais claros de que algo não está certo. Procure um profissional imediatamente. Lembre-se, um tratamento precoce é sempre mais simples e seguro. No CROOL Centro Odontológico, você encontra uma equipe de especialistas pronta para te acolher, oferecer um diagnóstico preciso e o tratamento adequado, garantindo que você e seu bebê estejam protegidos de ponta a ponta.

A gravidez é uma jornada de amor e cuidado. Cuidar de si mesma é o primeiro passo para cuidar do seu bebê. Incluir a saúde bucal na sua lista de prioridades é um investimento no futuro de ambos, garantindo um sorriso saudável e radiante para a mãe e um desenvolvimento pleno para a nova vida que está a caminho.

No CROOL, a equipe está preparada para atender gestantes com o máximo de cuidado e atenção. Planejamos as consultas para serem curtas, ajustamos a posição na cadeira para maior conforto e, quando possível, evitamos sessões matinais para minimizar o desconforto dos enjoos. Cuidado odontológico? CROOL, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.

Fontes e referências:

• NCBI – National Center for Biotechnology Information: Artigo “Relatinship between Gingival Inflammation and Pregnancy” (Relação entre inflamação gengival e gravidez), disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4385665/ 
• Odontologia Clínico-Científica: Artigo “Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e tratamento odontológico durante a gravidez”, disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882010000200013