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Entenda a importância da saliva para a saúde, os riscos da xerostomia
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Poucas cenas são mais carregadas de surpresa e, por que não, de uma pitada de lenda urbana da vida real, do que a notícia de um recém-nascido que já chega ao mundo de “dentadura nova”. Sabemos que a imagem de um bebê sorrindo com a gengiva lisa é quase um ícone universal da primeira infância. Porém, a aparição precoce dos dentes de leite — ou nem sempre de leite — transforma o berçário em palco de um acontecimento digno de manchete. Recentemente, a notícia de um bebê que nasceu com dois dentes em um hospital do Distrito Federal reacendeu a curiosidade sobre essa condição fascinante e rara.
O caso não é isolado, mas a incidência é de fazer qualquer estatístico levantar a sobrancelha. Estamos falando dos chamados dentes natais (aqueles presentes ao nascer) e dentes neonatais (que erupcionam nos primeiros 30 dias de vida). A raridade é a tônica: a chance de aparição de dentes natais é de 1 a cada 2.000 a 3.000 nascimentos, enquanto os dentes neonatais surgem em 1 a cada 3,5 mil bebês. Para o público geral, pode parecer uma mera curiosidade biológica. Para os pais, no entanto, é o início de uma jornada que exige informação, cuidado e, acima de tudo, o acompanhamento de um bom profissional.
Se a ciência tem respostas para quase tudo, quando o assunto são dentes natais e neonatais, a etiologia (o estudo das causas) permanece envolta em mistério. Não há um consenso absoluto entre os especialistas sobre a origem exata. O que se sabe é que o desenvolvimento dental começa muito cedo, ainda na fase intrauterina, e qualquer alteração neste complexo processo pode precipitar a erupção.
De acordo com o Dr. Frederico Coelho, fundador do Crool Centro Odontológico, Mestre e Doutor em Implantodontia, a presença desses dentes pode estar ligada a uma série de fatores: “A hereditariedade, por exemplo, é uma linha de investigação importante. Se houve casos na família, as chances são maiores, embora a ciência também aponte para condições multifatoriais, hormonais e, em raras ocasiões, distúrbios de formação dos dentes”.
É fundamental ressaltar que a presença desses dentes não é, por si só, um indicativo de problema de saúde ou anomalia grave no bebê, mas a cautela é sempre bem-vinda. A raridade da condição faz com que os dentes natais e neonatais estejam, por vezes, associados a mais de 20 síndromes e anomalias sistêmicas, como a Síndrome de Ellis-van Creveld ou a Doença de Riga-Fede (que falaremos mais adiante). Contudo, em cerca de 90% dos casos, esses dentes são, simplesmente, a manifestação precoce da dentição decídua normal — os famosos dentes de leite, que deveriam começar a surgir por volta dos seis meses. Apenas em 10% das situações, trata-se de dentes supranumerários, ou seja, com algum tipo de má-formação ou além da contagem normal, que acabam sendo mais frágeis.
A grande dúvida que assola pais e, por vezes, os próprios pediatras e dentistas é: o que fazer com esses dentes? Devemos removê-los ou esperar o tempo da natureza? O Dr. Frederico destaca que a decisão é individualizada e baseada em uma avaliação minuciosa: “Não existe um protocolo de ‘tamanho único’. O especialista precisa avaliar a mobilidade do dente, o risco de aspiração, a condição da amamentação e a possibilidade de lesão na língua do bebê e no seio materno. É uma balança de riscos e benefícios”.
Historicamente, a remoção era uma prática mais comum. O medo de o dente se soltar e ser aspirado pelo bebê, além do trauma que ele pode causar, era o motor principal. No entanto, estudos mais recentes e uma abordagem mais conservadora têm ganhado espaço. A manutenção dos dentes natais e/ou neonatais é possível e aconselhável quando estes:
O acompanhamento odontológico periódico, com o Odontopediatra, é crucial para monitorar o desenvolvimento dentário. A remoção só é recomendada, geralmente, quando há grande mobilidade, quando o dente é supranumerário ou quando há risco de complicação, como a Doença de Riga-Fede.
A presença precoce dos dentes na cavidade bucal pode gerar complicações mecânicas. A mais comum é a Doença de Riga-Fede, caracterizada por uma ulceração traumática (ferida) no ventre da língua do bebê. A ponta do dente, por vezes afiada ou malformada, atrita com a língua durante a sucção, criando uma lesão que, além de dolorosa, pode dificultar a alimentação e o ganho de peso.
“Esta é uma das principais razões pelas quais a intervenção imediata pode ser necessária. Em alguns casos, o especialista opta por desgastar ou arredondar as bordas do dente. Em outros, se a lesão for grave e o dente for supranumerário ou com muita mobilidade, a remoção é a melhor saída para evitar a dor e garantir que o bebê consiga se alimentar de forma adequada”, explica o Dr. Frederico Coelho.
Não é exagero dizer que a saúde bucal não espera o primeiro aniversário para começar. O acompanhamento odontológico deve ser uma rotina desde o pré-natal, onde a gestante recebe orientações sobre a saúde oral dela e do futuro bebê, prevenindo a transmissão de bactérias e entendendo o desenvolvimento das estruturas orais.
Com o nascimento, a figura do Odontopediatra se torna indispensável. “Seja o bebê com dentes precoces ou com o sorriso padrão, a primeira visita ao dentista deve ocorrer logo após o nascimento do primeiro dente, ou no máximo, no primeiro ano de vida,” defende o Dr. Frederico Coelho.
O acompanhamento odontopediátrico precoce tem uma série de vantagens:
Em suma, a saúde bucal é um pilar da saúde geral. A raridade dos dentes natais e neonatais pode assustar, mas o conhecimento e o acompanhamento de especialistas transformam o susto em um cuidado direcionado. O importante é saber que, mesmo o sorriso mais inusitado, merece o olhar atento e carinhoso do profissional.
O Crool Centro Odontológico oferece uma avaliação completa da saúde bucal em todas as fases da vida, do recém-nascido ao idoso. Aqui, você conta com uma equipe de especialistas para guiar a família em todos os cuidados necessários. Cuidado odontológico? Crool, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.
Fontes: Correio Braziliense, G1, Jornal da USP e Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas.
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