Adeus, sensibilidade! Conheça o gel que pode regenerar seu esmalte dentário

Imagine a cena: o copo de refrigerante gelado na mão, a mordida em um alimento ácido, ou até mesmo aquele ranger de dentes noturno, silencioso e destrutivo. O que está em jogo, nesse cenário cotidiano, é o esmalte dentário,  a camada mais dura e resistente do corpo humano.

Por anos, a odontologia encarou o desgaste desse esmalte como um processo de mão única, uma lenta e dolorosa degradação. Essa situação considerada irreversível costuma abrir a porta para uma série de problemas, da terrível sensibilidade ao aumento no risco de cáries. O esmalte, uma vez desgastado, estava perdido para sempre. Pois bem, isso sempre acendeu um grande alerta em consultórios de dentistas ao redor do mundo.

Mas, como em vários pontos da história, a ciência, mais uma vez, apresenta uma reviravolta. Dessa vez estamos falando de algo que promete ser um divisor de águas na saúde bucal. Pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, desenvolveram um gel revolucionário capaz de reconstruir o esmalte dos dentes. Em outras palavras, essa criação pode transformar de forma profunda os tratamentos dentários. A notícia, que começou a circular em periódicos acadêmicos, agora ganha as manchetes globais, representando uma esperança que estava fora do nosso horizonte.

A ciência por trás do gel regenerador de esmalte dentário

Para entender a importância dessa invenção, precisamos primeiro apresentar o problema: o desgaste ou desmineralização do esmalte dentário.

O esmalte é composto, em sua maioria, por cristais de hidroxiapatita, uma estrutura mineral extremamente organizada, responsável por dar aos dentes sua cor, brilho e, principalmente, sua resistência contra as forças da mastigação e os ataques de ácidos.

Desgaste e desmineralização

A desmineralização ocorre quando o meio bucal fica ácido (por conta de bactérias, consumo de alimentos ácidos, ou refluxo gástrico). Essa acidez “rouba” os minerais do esmalte, deixando-o poroso, frágil e, no limite, o destrói. Os riscos são sérios:

• Sensibilidade dentária aguda: Com o esmalte desgastado, a dentina (camada logo abaixo, cheia de canais que levam ao nervo) fica exposta, gerando aquela dor excruciante ao consumir algo frio, quente ou doce.
• Aumento de cáries: A porosidade do esmalte facilita a invasão bacteriana, e a ausência de proteção deixa a dentina vulnerável à formação rápida de cáries.
• Comprometimento estético: O dente pode ficar amarelado (pela exposição da dentina, que é naturalmente mais escura) e com as bordas translúcidas ou lascadas.

Para o Dr. Frederico Coelho, fundador do Crool Centro Odontológico e Mestre e Doutor em Implantodontia, o esmalte é a “primeira linha de defesa” do sorriso.

“Quando o esmalte se vai, o dente perde a sua armadura. É um processo que, até agora, só podíamos compensar com restaurações ou facetas, que são tratamentos reabilitadores. A chance de regeneração de forma natural, é o que o mundo todo buscava. Trata-se de uma verdadeira revolução, pois o custo-benefício, pensando na saúde a longo prazo, é imenso.”

Mineralização epitaxial, a solução da ciência

O novo gel desenvolvido em Nottingham baseia-se em um conceito chamado mineralização epitaxial. Calma, não se assuste com o nome complicado! Pense em construir uma parede de tijolos. Se você tem uma base sólida (o dente original), você pode encaixar um novo tijolo sobre o outro, seguindo o padrão já existente.

É exatamente isso que a mineralização epitaxial faz:

1. Composição do gel: O gel é formulado a partir de proteínas biomiméticas, ou seja, proteínas que imitam o comportamento biológico natural do corpo.
2. Como atua: Quando aplicado, esse gel “imita” as proteínas que o nosso corpo usava para formar o esmalte original. Ele se liga à superfície do dente.
3. O “tijolo” e a “cola”: O gel atrai os minerais presentes na saliva (cálcio e fosfato) e os organiza em uma estrutura cristalina idêntica à do esmalte natural. Ele funciona como um molde e um acelerador.
4. Recuperação arquitetônica: Ao contrário de outros tratamentos, que apenas “colam” uma substância por cima ou formam uma camada desorganizada, essa tecnologia garante que os novos cristais de hidroxiapatita cresçam orientados e integrados perfeitamente à arquitetura do esmalte remanescente.

Os testes iniciais, conforme as referências científicas indicam, mostram que o material consegue reproduzir a complexa microestrutura do esmalte.

O alerta e a realidade: Sinais de que seu esmalte dentário está em risco

Embora o gel seja uma promessa emocionante, ele não é um passe livre para negligenciar os cuidados. Lembre-se: prevenir é sempre o melhor tratamento.

O corpo nos dá sinais claros de que o esmalte está sendo comprometido. Fique atento a estes “alertas vermelhos” no seu sorriso:

• Sensibilidade ao extremo: Aquele incômodo ou dor ao tomar um sorvete, um café quente, ou até mesmo respirar ar frio. É o sinal mais comum de que a dentina está exposta.
• Descoloração/amarelamento: O dente perde a cor branca-translúcida do esmalte, e o amarelo da dentina se torna mais evidente.
• Transparência nas pontas: A borda dos dentes frontais fica com uma aparência vítrea, quase transparente.
• Bordas lascadas e trincas: O esmalte fica frágil e pode começar a lascar nas bordas ou apresentar pequenas trincas.

Situações cotidianas que contribuem para o desgaste:

O esmalte não se desgasta apenas por má higiene. Muitas vezes, o vilão está escondido em nossos hábitos:

• A “dieta ácida”: O consumo frequente de refrigerantes, energéticos, sucos cítricos (laranja, limão) e até mesmo vinhos. Eles corroem a superfície dental.
• O bruxismo: O hábito involuntário de ranger ou apertar os dentes, muitas vezes durante o sono, gera uma pressão mecânica excessiva que literalmente “lixa” o esmalte.
• Refluxo gastroesofágico: O ácido do estômago que retorna à boca é extremamente corrosivo e, quando crônico, é um grande causador de erosão.
• Escovação agressiva: Usar escovas de cerdas duras e aplicar força excessiva pode causar a abrasão, desgaste por atrito, principalmente na região próxima à gengiva.

A voz da experiência na preservação do seu sorriso

Embora o novo gel represente um passo promissor na odontologia regenerativa, é crucial manter a cautela.

“Os resultados são fantásticos, mas devemos lembrar que os testes iniciais foram feitos fora do corpo humano. A camada regenerada, embora com a mesma arquitetura, é muito fina se comparada ao esmalte natural, e a durabilidade em longo prazo ainda precisa ser amplamente avaliada em estudos clínicos. Então, a prevenção continua sendo a nossa arma mais eficaz,” alerta o Dr. Frederico Coelho, fundador do Crool.

Portanto, as melhores práticas de saúde bucal para proteger seu esmalte são:

1. A regra da água: Após consumir alimentos ou bebidas ácidas, nunca escove imediatamente. Os ácidos “amolecem” o esmalte. O ideal é enxaguar a boca com água pura para neutralizar a acidez e esperar cerca de 30 a 60 minutos antes de escovar.
2. Use flúor: Assim como já mencionamos por aqui, o flúor é um mineral essencial que ajuda no processo de remineralização natural e torna o esmalte mais resistente aos ácidos. Use cremes dentais fluoretados.
3. Modere a acidez: Além disso, reduza a frequência de refrigerantes, isotônicos, e o consumo de frutas cítricas ao longo do dia. Se for beber algo ácido, use um canudo para diminuir o contato com os dentes.
4. Combata o bruxismo: Por fim, se você range ou aperta os dentes, procure seu dentista. O uso de placas miorrelaxantes noturnas é fundamental para proteger o esmalte do desgaste mecânico.

Seu sorriso merece a atenção de um especialista

A inovação do gel de Nottingham nos mostra que a odontologia avança a passos largos, mas a vigilância e os cuidados diários são insubstituíveis. Saber como está a saúde do seu esmalte dentário e identificar o desgaste em estágios iniciais é o que garante um sorriso forte e sem sensibilidade.

Por isso, o check-up regular é a sua melhor estratégia. No Crool Centro Odontológico, você encontra a expertise necessária para um diagnóstico preciso. Uma profilaxia e um exame clínico detalhado são as chaves para verificar a integridade do seu esmalte dental e receber as orientações mais atualizadas para manter seu sorriso saudável, forte e bonito. Não espere a dor ou o desgaste irreversível. Abrace a prevenção. Cuidado odontológico? Crool, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.

Fonte: University of Nottingham. “New gel regrows tooth enamel and could transform dentistry.” ScienceDaily. ScienceDaily, 6 November 2025. <www.sciencedaily.com/releases/2025/11/251106003151.htm>.